terça-feira, 29 de abril de 2014

Assembleia do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II

Assembleia do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II
Fala do dia 30/04/2014
Nós somos muito felizes porque nossos filhos foram sorteados ou passaram nas provas para estudar no Colégio Pedro II!
No Brasil real, três milhões de crianças estão fora da escola, e 27% dos brasileiros de 15 a 64 anos são analfabetos funcionais. 
Conforme o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, um quinto dos adolescentes, 20% de rapazes e moças com idades entre 12 e 18 anos, que vivem nos países da América Latina e Caribe, não frequenta o ensino formal.
O Complexo do Alemão, aqui no Rio de Janeiro, com suas 15 favelas tem 100 mil habitantes e apenas uma escola de Ensino Médio. Já as bases da UPP são 13 – Fonte Rogério Daflon Do Canal Ibase - a segurança é prioritária, o que é um equívoco enorme.
A consequência desta falta de educação é que 24% das adolescentes até 20 anos já são mães e 23 crianças que nascem, morrem crianças, para cada mil nascimentos, quando a média mundial e 10 para cada mil.
Apenas 8% das crianças até três anos estão em creches.
82% dos jovens do Complexo do Alemão em 2012 estavam atrasados em pelo menos dois anos no Ensino Médio - Fonte: O Rio Como Queremos.
No ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, PISA, entre os 64 países que participaram do teste, o Brasil ocupou a 55ª posição em leitura e a 58ª em matemática.
O País é muito grande, com muitas diferenças sociais. Ainda existem escolas sem energia elétrica e sem água - poucas, 4,3%, e 4,6%, respectivamente, mas não deveria existir nenhuma escola assim.
Hoje, 75% dos prédios escolares possuem computador em laboratórios de informática, mas somente 58% estão conectados à internet.
É fundamental transformar a profissão dos professores em uma atividade atraente. Aumentar os salários está entre as medidas mais rápidas e fáceis.
Formar os professores já é bem mais difícil porque 36% dos atuais professores no Brasil são formados por cursos de Ensino A Distância, pouco regulados. Não fazem Pedagogia nas Universidades por pura impossibilidade.
Na Finlândia, exemplo de excelência em educação, a formação do professor tem 9 mil horas; no Brasil, apenas 2,8 mil horas e o professor recebe pouco apoio e logo desiste da profissão.
A maioria dos professores do ensino médio no Brasil 51,7% não tem licenciatura na disciplina em que dá aulas. Outros 22,1% dos docentes que estão nas salas do ensino médio não têm qualquer licenciatura - Censo Escolar 2013, compilados pela ONG Todos Pela Educação.
A Escola precisa ser mais dinâmica e atraente ao aluno de hoje, que vive num mundo interativo. Precisa mais do que professor falando e escrevendo na lousa.
O Currículo Escolar é muito vago na formação inicial e demasiadamente rígido no Ensino Médio com progresso significativamente menor depois dos 15 anos. Não apresenta interdisciplinaridade, as aulas de um professor não tem nada a ver com as aulas de outro professor que lhe segue.
O Ensino Médio tem se constituído, ao longo da história da educação brasileira, como o nível de maior complexidade no enfrentamento dos desafios estabelecidos pela sociedade moderna.
O Artigo 22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, situa o Ensino Médio como etapa final da Educação Básica e como parte de uma etapa da escolarização que tem por finalidade o desenvolvimento do individuo, assegurando-lhe a formação comum, indispensável para o exercício da cidadania, fornecendo-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Os jovens que concluem o Ensino Médio deveriam ter vaga assegurada no Ensino Profissionalizante combinando aulas teóricas na escola com estágios em empresas, saindo da vida escolar com um caminho mais orientado para o futuro, mesmo que escolham não cursar uma faculdade.
Os outros jovens que concluem o Ensino Médio e querem continuação nos seus estudos precisam ter vaga garantida nas Universidades Públicas os que assim desejarem.
O Brasil gasta em torno de US$ 2 mil por aluno enquanto o padrão da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, é de US$ 8 mil.
O Brasil foi um dos países que mais aumentou a verba da educação nos últimos anos - em 2000 o porcentual em relação ao PIB era de 3,9% e em 2012 foi de 5,5%, com criação do FUNDEB, Fundo de Desenvolvimento da Escola Básica, tendo construído 214 Escolas Técnicas.
Hoje, a União é quem mais arrecada impostos. Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA, para cada R$1,00 arrecadado, a União detém R$0,57, os Estados R$ 0,25 e os Municípios R$ 0,18. Mas na hora de gastar em educação a coisa é exatamente ao contrário. Quem mais recebe menos gasta, e quem menos recebe mais gasta.
Os Municípios são responsáveis por 42% dos gastos/investimentos totais em educação (2,3% do PIB), os Estados são responsáveis por 40% dos gastos/investimentos com educação (2,2%do PIB) e a União por apenas 18% dos gastos/investimentos com a educação (1% do PIB).
Acontece que a situação se agrava porque além do dinheiro ser pouco, o investimento da União com a educação tem diminuído de 2012 para 2013. Foram gastos com educação pelo governo federal R$ 9 bilhões em 2012 contra R$ 8 bilhões em 2013.
Os gastos do governo federal com Propaganda foram R 2,3 bilhões em 2013.
Se considerado o investimento total em educação, que soma gastos indiretos na área como os do Programa Universidade para Todos, Pro Uni, e do Financiamento Estudantil, Fies, o gasto do Brasil aumenta, chegando a 6,4% do PIB em 2012. Gastos indiretos porque mantém planos que eram para ser emergenciais indo para universidades particulares mantidas no pregão das bolsas de valores e que acarretam problemas como os recentes de falências das universidades Castelo Branco e a Universidade.
A recente aprovação do vínculo dos royalties do pré-sal para a área é uma fonte para a ampliação dos recursos, mas não será suficiente para chegar aos 10% do PIB em dez anos porque o atual governo federal entregou 40% da exploração do nosso Petróleo para companhias estrangeiras.
Nós queremos de qualquer forma 10% do PIB - já - para a Educação Pública!
Nós, 1429 Professores somos muito felizes porque conseguimos passar no Concurso Público do Colégio Pedro II que facilita a continuação dos nossos estudos, que valoriza a nossa Titulação, que favorece a Dedicação Exclusiva, que aumenta o degrau da carreira de dois em dois anos e cujo salário é garantido sempre no primeiro dia do mês, o que "não é pouca coisa"!
E temos um Sindicato forte que garante nossas causas trabalhistas.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos, DIEESE, divulgou um estudo apontando que se acumular o Índice de Preço ao Consumidor Assalariado, IPCA dos anos 2011, 2012, 2013 e a projeção de 2014 a inflação acumulada no Governo Dilma é de 26,55% o que supera o índice de 15,8% que serviu para dar os 9,28% em 2012. Temos direito a 17,27% para repor a inflação! - Fonte Hora do Povo de 29 de abril.
No dia 08 de abril foi lançada no Congresso Nacional a Frente pela Federalização da Educação Básica com objetivo de propor instrumentos legislativos que elevem a qualidade do ensino no País, reduzindo as desigualdades regionais.
Entre as propostas da frente, está a ampliação do número de escolas federais; a criação de uma carreira nacional de Estado para professores; e a fixação de um cronograma para substituição dos sistemas municipal e estadual de educação por um modelo federal.
Das 451 Escolas Federais que o Brasil possui só uma possui da Educação Infantil ao Ensino Médio: o Colégio Pedro II.
O Colégio Pedro II pode ser modelo nacional da Educação Básica no Brasil por que
* O Colégio Pedro II é a única Escola citada na Constituição Federal e diretamente vinculada ao MEC, 
* Tem 80% dos seus Servidores concursados e outros 20% de Servidores contratados, sendo bem administrado não tem falta de Professor e Técnicos,
* É uma Escola Pública, não é paga em nenhum momento, mas também não é gratuita porque exige resultados.
* No Colégio Pedro II todos seus Dirigentes são eleitos pelos seus pares e respeitados por isto, desde o Aluno Representante ao Reitor.
* Tem Planejamento Escolar feito com a contribuição de todos os Docentes semestralmente através de Colegiados em fevereiro e agosto e com planejamentos semanais através das RPS,
* Há no Colégio Pedro II, apoio aos alunos além das aulas normais, com Aulas de Apoio, Aulas de Recuperação e de Aulas de Aprofundamento em horários trocados.
* Há no Colégio Pedro II, Técnicos da Educação na Secretaria, no Serviço de Orientação Profissional, SESOP, no Departamento de Pessoal, na Disciplina, em número suficiente dando apoio e orientação aos alunos nas suas dificuldades e em suas buscas de suas carreiras profissionais e dando apoio também aos Professores nos corredores e ficando a disposição nos recreios, entradas e saídas da Escola,
* Há no Colégio Pedro II, Livro Didático Escolar de todas as disciplinas, cedidos a todos os alunos pelo Ministério da Educação no começo de cada ano letivo,
* O Espaço físico do Colégio Pedro II é saudável, limpo, vigiado e bem cuidado por funcionários zelosos de firma terceirizada,
* O ambiente escolar é alegre onde a autoestima do aluno é muito importante,
* Modelo de Escola Básica porque todos amam o Colégio Pedro II!
* Há incentivo aos alunos na sua formação cientista e política, em aulas, em atividades de Grêmio Estudantil e sendo muito prestigiada a participação do aluno na vida da Escola,
* No Colégio Pedro II é bem vinda à participação dos Pais e Responsáveis,
Com a Federalização da Escola Básica tendo o Colégio Pedro II como modelo, o ingresso à Escola verdadeiramente de qualidade e transformadora da nossa sociedade será universal para todas as crianças a partir de três anos nas Escolas das diferentes cidades do nosso país, de maneira gradativa, mas segura.
Qual é o Professor no Brasil, qual é o Técnico em Educação no Brasil que não vai querer ser e ser tratado como Servidor Público Federal do Colégio Pedro II, mesmo nos mais longínquos rincões?
Qual é o estudante no Brasil, da Escola Infantil às séries finais do Ensino Médio que não quer ser um Aluno do Colégio Pedro II?
Deixemos de olhar apenas para nosso umbigo.
Queremos que a Escola Básica brasileira melhore tomando nossa escola como modelo porque é real. Dá certo!
Vamos oferecer nossas férias de janeiro e de fevereiro se for necessário, em troca deste choque de ordem ao atual governo federal a favor da Educação como um Todo.
Queremos a mudança dos rumos da Escola Básica e será pela Paralisação, será pela Greve diante do quadro atual que poderemos cutucar o Governo.
Só um projeto como este justifica interrompermos as aulas e mudarmos a rotina de quase 14.000 famílias.
Paralisação, Greve com manifestação política, SIM!
Não é para programar viagem ou ficar de pijama em casa.
Paralisação e Greve para fazer manifestação política:
Federalização da Escola Básica tendo o Colégio Pedro II como modelo!!!!!



“A escola não muda o mundo, mas muda pessoas, e essas, por sua vez, mudam o mundo.”
- Paulo Freire



Alceu Totti.

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